24 setembro 2010

Água: Além do Debate Político

Eldo Silva dos Santos - Engenheiro Químico formado pela UNICAMP, Especialista em Gestão Empresarial pela FGV e Mestrando em Biodiversidade Tropical pela UNIFAP

O debate de candidatos ao governo do Amapá promovido pelas faculdades CEAP e SEAMA na 3ªfeira, 21/09, ainda reverbera nas rádios e no twitter, principalmente por conta de um tema: Abastecimento de Água.

O tema foi levantado pelo candidato Jorge Amanajás quando questionou o candidato Lucas Barreto sobre a solução “técnica” para resolver os problemas de abastecimento de água em Macapá. Na sua resposta, Lucas propôs a construção de uma estação de tratamento de água para a Zona Norte da capital com captação a partir dos Rios Pedreira ou Matapi e justificou sua proposta baseado numa melhor qualidade da água destes rios em relação ao Rio Amazonas e no desnível entre esta área da cidade e o Amazonas, que chega, segundo ele, a 35 m enquanto os rios citados estariam no mesmo nível ou até mesmo acima do nível da Zona Norte.

Discutiu-se amplamente desde então sobre a viabilidade da proposta de Lucas. Chegaram a chamar de non sense e mirabolâncias as proposições do candidato. Não concordo. Em um debate eleitoral, novas propostas são sempre bem-vindas e merecem que sejam discutidas para se ter a melhor solução para a população. Entendo que faz parte do jogo político discordar de tudo que os adversários políticos de momento apresentam afinal ninguém quer dar motivos para o outro se sobressair. Mas a discussão não pode ficar só no meio político.

Tecnicamente falando, têm-se algumas possibilidades para resolver o problema de falta de água em Macapá.

  1. Manter a atual estrutura, com a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Beirol e 4 Sistemas Isolados (SI) – Perpétuo Socorro, Cuba de Asfalto, Cabralzinho e Congós é possível, mas serão necessários grandes investimentos em toda a cadeia produtiva da água tratada, ou seja, captação, modernização da ETA e dos SI, que estão praticamente sucateados, e na rede de distribuição que é antiga e com muitos vazamentos e incrustrações.
  2. Construir de nova ETA na Zona Norte com captação a partir do Rio Amazonas para abastecer os bairros daquela região enquanto a atual ETA e SI serviriam para abastecer os bairros do centro e da Zona Sul.
  3. Semelhante ao proposto na opção anterior mas com captação da nova ETA nos rios Pedreira ou Matapi, como proposto pelo candidato Lucas Barreto no debate.

Há outras possibilidades, mas ficarei na análise dessas 3.

Qual das opções é a mais viável? Não se pode afirmar sem dados técnicos conclusivos. Se há realmente o desnível significativo entre o Rio Amazonas e a Zona Norte, o custo de energia para a distribuição da água seria elevado pois se precisaria de bombas mais potentes. A opção 1, de manter a estrutura atual, requer grandes investimentos para recuperação do que aí está. Precisaria avaliar se esses investimentos são maiores ou menores do que construir uma nova ETA mais moderna e até mesmo mais compacta na Zona Norte.

Se os Rios Pedreira ou Matapi têm, realmente, elevação mais próxima a da Zona Norte isso representaria uma redução no consumo de energia, mas, em contrapartida, a distância entre o ponto de captação e a ETA pode eliminar essa economia.

Quanto à qualidade da água do Rio Amazonas e dos Rios Pedreira ou Matapi, é notório que nosso Rio Amazonas sofre muito mais pressões do homem que os outros dois rios visto que praticamente todo o esgoto de Macapá e Santana é lançado nele e com pouco tratamento. Outros parâmetros são importantes, como o pH, a turbidez, a cor, sólidos suspensos, ferro. Se os Rios Pedreira e Matapi apresentarem, em estudos detalhados, maior qualidade que o Rio Amazonas, a viabilidade de tal proposta se daria pela economia ao longo do tempo com a redução dos custos de aquisição de matérias primas para o tratamento (sulfato de alumínio, cal, cloro).

No Brasil, há vários exemplos de ETAs que fazem a captação em locais distantes por questões de uma qualidade melhor da água. Pode-se duvidar da capacidade desses rios menores em abastecerem nossa capital, mas, por exemplo, em Campinas-SP, o abastecimento é feito a partir do Rio Atibaia que é menor que esses nossos 2 rios e note que Campinas tem mais de 1milhão de habitantes. Macapá tem, perto de 500 mil.

Enfim, não se pode descartar nenhuma proposta. A escolha da melhor delas deve se da por critérios técnicos e sem paixões políticas. O embate político tem que se manter em bom nível e não se pode desprezar a inteligência dos eleitores ou explorar o desconhecimento dos leigos. Outra coisa que não se pode admitir é a patrulha sobre a opinião contrária. Ao se fazer isso, perde-se a oportunidade de enriquecer nosso aprendizado e de melhorar a vida do nosso povo.

18 setembro 2010

FHC x Lula. PSDB x PT

Caiu a Erenice Guerra, (ex-)ministra da Casa Civil de Lula. Mais uma denúncia de corrupção atinge o governo do PT e ainda assim o presidente tem popularidade recorde e sua candidata lidera pesquisas para próxima eleição. Por quê?

Lula é o presidente mais ensaboado da história do país. Todas as denúncias contra ele não pegaram e não vão pegar. E ele ainda tem a capacidade de apontar o dedo para alguém e transformar esse alguém no favorito para sucedê-lo. É realmente um fenômeno. Mas isso se explica. Lula chegou a presidência depois de 3 derrotas eleitorais. Na 1ª eleição, 89 era o sapo barbudo, ignorante e broco que foi derrotado pelo mauricinho caçador de marajás. Em 94 e 98, perdeu no 1º turno para FHC. Em 2002, mudou a tática, passou a ser o “Lulinha Paz e Amor” e, finalmente, era o presidente do Brasil. Chorou na posse. Discursou cometendo muitos erros de português. Criou uma áurea mitológica que perdura até hoje.

Quanto mais batem nele, quanto mais acusações aos crimes cometidos em seu governo vem à tona, mais o povão fica com pena. Ele faz seus discursos populistas – sua especialidade – e o povão gosta.

Seu grande mérito foi dar continuidade a política econômica herdada de FHC e ampliar os programas sociais (que já eram referência mundial em 2002, ressalte-se!). Também teve a sorte de encontrar o mundo em uma bonança econômica que não se via há muitas décadas. A única grande crise econômica mundial que abateu seu governo ocorreu já na metade de seu 2º governo, o que deu tempo para solidificar os avanços iniciandos com o plano Real de FHC e Itamar, plano, aliás, que o PT e Lula foram opositores de primeiríssima hora.

FHC pegou um país que vinha da chamada “década perdida”, que foram os anos 80, e do desastre institucional que foi o governo Collor. O Brasil precisava ser reconstruído na sua economia e nas suas instituições e nenhum petistas ou lulista pode negar os imensos méritos dos governos de FHC nessa retomada do Brasil como um país viável. Não espero que eles escrevam na caixa de comentários  concordando comigo, mas que essa é a realidade, isso não se pode negar.

O grande problema de FHC e do PSDB é que eles não sabem e nem souberam ser populares. Não sabem falar a linguagem do povo, mesmo que sua contribuição tenha favorecida todo o povo brasileiro. E quem ganha eleição é quem tem o voto das classes D e E. E Lula tem esse voto. Infelizmente.

Já postei aqui sobre o que pode acontecer se Dilma ganhar. Não vou, com esse blog, conseguir influenciar muita gente mas quero que quem leia este post reflita e perceba que temos que ser mais racionais nas nossas escolhas nestas eleições. Deixar ser levado pela emoção quando o que precisamos é de racionalidade pode ser um desastre para o Brasil. Pense nisso. Boa tarde.

15 setembro 2010

O Socialismo nivela por baixo

Aula de Administração de Adrian Rogers em 1931 que permanece válida até hoje.
Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo. '
O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas. ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...
Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".
Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".
As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano... Para sua total surpresa.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."
"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.
Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.
O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.
Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

14 setembro 2010

Pesquisa IBOPE após Operação Mãos Limpas

Nova pesquisa IBOPE divulgada hoje na TV Amapá mostra o impacto imediato da Operação Mãos Limpas da Polícia Federal no quadro eleitoral amapaense.
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 12 de setembro, justamente no período em que ocorria a operação da PF. Ela está registrada no TRE-AP sob o número 7156/2010 e a margem de erro é de 3%.
Não sei se o IBOPE já tinha planejado ir a campo nesse período, mas foi providencial esta pesquisa para medirmos o impacto da ML no período eleitoral amapaense.  Vamos aos números para governador (brancos/nulos – 3%, Indecisos – 10%).
pesquisa governador
O que  salta aos olhos é o crescimento consistente de Lucas (6 p.p.) e a inversão entre Pedro Paulo e Camilo. Pela margem de erro, Camilo passa a disputar uma vaga no 2º turno com Jorge Amanajás. Pedro Paulo dependerá muito dos desdobramentos das investigações da Mãos Limpas, mas creio que mesmo com a máquina na mão, há uma indignação se revelando mesmo naqueles que ocupam cargos na sua administração.
Uma coisa é certa, o debate da TV Amapá às vésperas do 1º turno serão sangrentos. Aguarde e confira.
pesquisa senador
A disputa para o Senado não será menos sangrenta.
O número de indecisos caiu signficativamente entre esta e a última pesquisa (de 40 para 20%) e houve um crescimento significativo das candidaturas de Capi, Randolfe e Gilvam, que subiram 9 p.p., (pasmem!) 15 p.p. e 8 p.p, respectivamente. Waldez variou dentro da margem de erro, aparententemente ainda não sofreu os impactos da operação da PF.
Meus caros, preparem-se para as cenas dos próximos capítulos. Será que Gilvam vai bater em Waldez, afinal ele foi seu aliado durante quase todo seu governo? Qual o teto de Capi e Randolfe? Acredito que Randolfe tem baixa rejeição e seu crescimento foi realmente expressivo em tão pouco tempo. E Waldez, como se sairá após ser libertado? Desde o início do Horário Eleitoral sua queda tem sido contínua e ele tem observado o crescimento de seus concorrentes. Sinceramente, está parecendo “cavalo-paraguaio”.
É esperar para ver.

10 setembro 2010

Quando os homens de preto vêm…

policia_federal
Hoje foi deflagrada a Operação “Mãos Limpas” da Polícia Federal. Foram presas 18 pessoas, entre elas o governador Pedro Paulo, sua esposa, Denise, Waldez e Marília Góes (ex-governador e esposa), Julio Miranda (presidente do TCE), entre outros. A lista de nomes ainda não foi divulgada oficialmente e, enquanto isso não ocorre, mais da metade de Macapá já está presa.
Confesso que fiquei eufórico com esta operação da PF. Não pelas pessoas que foram presas. Inclusive tenho relação pessoal com algumas delas. O que me deixou feliz foi ver que as pessoas que não sabem lidar com o poder e as facilidades que ele traz também podem ser punidas. Sei que essas operações quase nunca dão resultados efetivos para o ressarcimento do Erário mas pelo menos o constrangimento por terem sido acusados de roubar NOSSO dinheiro e serem presos ficará marcado na vida dessas pessoas.
Nossa política tem que ser desinfetada. Os ruins, corruptos e despreparados tem que ser defenestrados, enxotados dos gabinetes e cargos, seja por vias democráticas (eleições) seja por vias criminais. Não dá mais!
Nós que fazemos nossa parte, pagando nossos impostos, tendo uma vida correta, batalhando nosso dinheiro no dia-a-dia, buscando passar princípios corretos para nossas crianças, temos que comemorar quando as máscaras caem e aqueles que se aproveitam da posição que tem para proveito próprio pagam por seus erros. Por mim, sinceramente, deveriam ter suas fotos vestidos com roupas de presidiários expostas em jornais, na internet, nas seções eleitorais, onde quer que seja para que nos lembremos quem são e que não merecem nenhum pouco de nossa pena e compaixão.
Desculpem-me o tom, mas estou eufórico.
Que seja feita justiça. A verdadeira justiça!

07 setembro 2010

05 setembro 2010

O Pato e o Pavão

Meu orientador me contou essa fábula e achei interessante. Pesquisei o original no google e agora compartilho:
Clássicos do Mundo Corporativo: A soma do bom trabalho com a boa imagem é o marketing pessoal 

O pato é uma ave que sabe andar, voar e nadar, mas não é um modelo em nenhuma das 3 coisas. O andar do pato é desajeitado. O pato nada devagar, e voa muito mal.
Muitos funcionários sabem que não são patos. E têm a certeza, de que não nasceram para pato. Mas são tratados pelos chefes como se fossem patos: lentos e incompetentes. Qual é o remédio para escapar da síndrome do pato? É começar entendendo a síndrome do pavão.
O pavão anda mais devagar que o pato, e quem é que já viu um pavão nadando ou voando? Mas, quando alguém tem uma máquina fotográfica, e vê um pato e um pavão, vai sempre fotografar o pavão. Embora seja menos competente, o pavão aparece mais, porque sabe se pavonear, ou seja, o pavão tem o que o pato não tem: marketing pessoal.
É claro que o pavão não tem a mínima idéia do que seja marketing pessoal. O pavão é uma obra da natureza, e não de seus próprios talentos. Já o funcionário tem essa opção. Ele precisa aprender a se promover. O termo auto-promoção tanto pode significar querer aparecer de graça, às custas dos outros, o que é reprovável, ou divulgar de maneira eficaz o próprio trabalho, o que é recomendável.
O bom marketing, seja ele de um produto ou de um funcionário, está assentado sobre 3 pilares:
Primeiro, é preciso que o maior número possível de pessoas saiba o que eu faço.
Segundo, é preciso que essas pessoas se convençam dos benefícios daquilo que eu faço.
E terceiro, se essas pessoas estiverem convencidas, elas divulgarão o que eu faço de bom.
Todas as grandes marcas que conhecemos fizeram e fazem isso. A síndrome do pato é o trabalho sem imagem. A síndrome do pavão é a imagem sem trabalho. A soma do bom trabalho com a boa imagem é o marketing pessoal.



Max Gehringer, para CBN.

03 setembro 2010

CARTA ABERTA DE SOLIDARIEDADE

Pela presente carta aberta presto minha solidariedade a confreira Alcilene Cavalcante, que tem sido vítima de ataques inescrupulosos e pusilânimes de um certo político amapaense, a quem sequer podemos nos referir, sob pena de sermos vítimas de processos, como foi ela.

Considero que a legislação eleitoral em voga, conforme também entendimento de juristas renomados, é uma afronta às liberdades, à democracia e, principalmente, à Constituição Federal, incluive o Art, V, que diz ser "livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença".

O nosso alento é que cabe a nós, neste momento, determinar os rumos da política amapaense, através do instrumento mais poderoso que temos: o voto. Por isso, já decidi. Nele eu não voto!

Renivaldo Costa
Jornalista - Reg Prof. 018/04
Sociólogo - Reg. Prof. 079/10

Maior missão de um homem…

arthur_eldo 

Fiz essa montagem hoje (ontem, na verdade, porque já passou de meia-noite). Meu filho Arthur com 6 meses e eu com 5 meses.

Fiquei muito feliz de ver o resultado. Senti uma paz. Percebi que a maior missão de um homem é criar bem seus filhos porque eles são nossa perpetuação na Terra.

Vou dormir muito bem essa noite!

02 setembro 2010

Esse é o jeito SERRA de governar

soninha_francine2Antes, um preâmbulo:
Soninha Francine é jornalista, comentarista da ESPN e política brasileira.
Foi vereadora pelo PT-SP entre 2005 e 2008. Hoje é do PPS.

Do blog SEM RETOQUES
Soninha Francine abre o jogo
Leando Dalle questionou a Soninha Francine sobre seu apoio ao Serra. Enviamos a mensagem e ela nos enviou a seguinte resposta:
Leandro, posso explicar, sim. Talvez não em poucas palavras, mas em muitas informações sobre o que vi, vivi e aprendi nos últimos anos. Pra não deixar sem nenhuma resposta agora, posso resumir assim:
- Descobri que o meio em que eu vivia - de petistas - inventava muitas barbaridades sobre o Serra. Por que o Serra? Não sei, talvez porque ele tenha sido o candidato do governo à sucessão do Fernando Henrique, portanto rival direto do Lula na disputa presidencial... Porque os petistas já pintavam os tucanos como o fel da terra (e eu, mesmo quando era do PT, achava isso um pouco absurdo), e o Serra como o próprio Satanás. Só que os fatos, mesmo vistos de longe, já desmentiam algumas coisas que diziam sobre ele: como ele podia ser "queridinho" da grande mídia quando comprava briga contra a publicidade de cigarro, por exemplo - que era uma baita fonte de receita para os meios de comunicação? E como ele era parte da elite imperialista internacional, quando foi à OMC e lutou contra os lobbys e cartéis da indústria farmacêutica, conseguindo as quebras de patente em nome da saúde pública dos países mais pobres?
Mesmo com esses fatos, eu acreditava nas versões do PT... Afinal, o PT era o meu partido, eu tendia a concordar com tudo... Pensava: "Ok, eles fez uma ou duas coisas importantes, corajosas, mas nem por isso é uma pessoa decente". O PT dizia que ele era covarde, porque tinha "fugido" da ditadura... Que era um manipulador ardiloso, porque "armou" um flagrante pra Roseana Sarney (se bem que eu já pensava naquela época: o marido da Roseana Sarney tem um milhão e meio de reais de origem desconhecida e a culpa é do Serra?).
Enfim, eu o detestava. Até ser vereadora e ele, prefeito. E descobrir que o demônio que pintavam não era nada daquilo. Mal humorado, impaciente, carrancudo, ríspido demais às vezes? Sim. Mau caráter?
Não.
Em 2005, começo do meu mandato, o Serra me recebeu (a meu pedido), ouviu atentamente tudo o que eu disse e reconheceu que estava equivocado em algumas medidas que havia tomado como prefeito. Na manhã seguinte, desfez o que tinha feito. Depois, me procurou inúmeras vezes para perguntar de assuntos que acreditava que eu conhecesse melhor do que ele - políticas de juventude, meio ambiente, cultura. Cansei de vê-lo pedindo idéias, sugestões, opiniões. O contrário do que diziam dele...
Enquanto isso, o PT - que era o meu partido - continuava inventando, mentindo. Uma barbaridade. Analisava um projeto de lei enviado á Câmara pelo prefeito, concluía que o projeto era muito bom e... No plenário da Câmara, fazia DE TUDO para barrar o projeto. Saía do plenário para não dar quórum, subia na tribuna e passava meia hora falando horrores de um projeto que TINHA CONSIDERADO BOM - apenas para prejudicar "os tucanos" na eleição seguinte. Mesmo assim, mesmo no meio da guerra mais suja - petistas espalhavam mentiras para assustar a população, uma coisa realmente horrorosa - se chegasse um Projeto de Lei de um vereador do PT e ele considerasse o projeto bom para a cidade, ele sancionava (isto é, aprovava). E se chegasse um Projeto de Lei de um vereador do PSDB e ele considerasse o projeto ruim para a cidade, ele vetava. Aliás, nós ficamos amigos, e ele... vetou vários projetos meus. Ou seja, um comportamento REPUBLICANO, de respeito à Casa Legislativa e ao interesse coletivo. Mas o PT continuava espalhando que ele era autoritário, mentiroso, privatista, neoliberal... E que era repressor, "inimigo dos pobres", "amigo das elites", tudo de pior no mundo.
Mas o Serra ia fazendo coisas muito legais na cidade - criou a Coordenadoria da Diversidade Sexual, a Secretaria da Pessoa com Deficiência... O Centro de Juventude da Cachoeirinha, que é do cacete... Pegou um esqueleto que estava lá abandonado desde o Janio Quadros e fez um troço muito legal. Terminou o primeiro trecho do maldito Fura-Fila do Pitta, que também estava abandonado. Voltou atrás na história dos CEUS - porque essa foi uma das coisas que eu consegui convencê-lo de que ele estava errado - e mandou fazer vários outros, mantendo o nome "CEU" (bandeira da Marta...). Idem com os Telecentros - que os petistas diziam que ele "destruir", transformar em Acessa São Paulo, que era bem diferente... Criou a Virada Cultural. Fez os benditos hospitais de Cidade Tiradentes e do M'Boi Mirim - que o PT anunciava que a Marta tinha feito, quando na verdade ela não tinha começado nem a cavar o alicerce... Sem falar que a Marta, que passou os 2 primeiros anos de seu governo sanando as contas da prefeitura detonadas pelo Pitta, passou os dois últimos anos destroçando as contas da prefeitura - e deixou dívidas absurdas, contratos temerários de 20 anos assinados "no apagar das luzes"... O Serra deu muita força para a Secretaria do Meio Ambiente, que sempre era das mais pobrezinhas. E chamou para trabalhar com ele pessoas que tinham trabalhado com a Marta, sem a menor hesitação, sem rancor e ressentimento, porque considerava que elas eram competentes.
Enfim, eu VI, eu testemunhei, condutas absurdas do meu partido - e condutas admiráveis do Serra, que o meu partido pintava como o enviado do capeta.
Resultado: (lembre-se, este é um resumo, a história completa é uma enciclopédia) saí do PT, que foi se distanciando barbaramente dos ideais que pregava, adotando o "vale tudo" (pra governar, pra ser oposição), e fui para um partido de oposição. Que hoje apóia o Serra para presidente, assim como eu.
E eu nem falei do governo do estado... De mais uma seqüência enorme de mentiras e terrorismos, como de costume ("ele vai privatizar o metrô!"; "ele publicou decretos para acabar com a autonomia universitária!"), e, da parte dele, realizações admiráveis, mais ainda para quem ficou 3 anos e pouco no governo (e 1 ano e meio na prefeitura). Uma lista de pontos em que a atuação dele me agrada muito: trens metropolitanos, metrô, meio ambiente, cultura, pessoa com deficiência... E outros mais.
Se você odeia o Serra como eu odiava, eu sei que não vai mudar de idéia assim tão fácil. Não tenho essa pretensão. Mas gostaria que você acreditasse em mim: é com muita convicção que eu voto nele, baseada nos meus 6 anos de vida mergulhada integralmente na política.
Abração
Soninha

Análise da pesquisa IBOPE no AP

No dia 31/agosto saiu nova rodada de pesquisa do IBOPE para Governador e Senador (812 eleitores entrevistados entre 28 e 30/agosto, registro TRE-AP 6606/2010). A margem de erro é 3%.

pesquisa governador

Brancos/Nulos: 4% (julho) e 5% (agosto)

Indecisos: 9% (julho) e 17% (agosto)

Essa pesquisa mostra a influência que o programa eleitoral teve na intenção de voto do eleitor. Para governador, 2 pontos a se ressaltar:

- Estatisticamente, só houve variação fora da margem de erro em relação a Camilo e na quantidade de indecisos;

- Lucas aparece isolado em primeiro, diferente da pesquisa de julho em que havia empate técnico entre ele, Jorge e Pedro Paulo.

pesquisa senador

Brancos/Nulos: 8% (julho) e 7% (agosto)

Indecisos: 16% (julho) e 40% (agosto)

Para o senado, há mais o que se destacar:

- Houve queda acentuada de Waldez (caiu 13 pontos) e Gilvam (caiu 13 pontos, também), bem superior à margem de erro;

- Apesar da queda dos concorrentes, Capi e Randolfe não tiveram aumento nas intenções de voto superior a margem de erro;

- O número de indecisos aumentou significativamente (24%).

Vejo por esses números que, tanto para o Governo quanto para o Senado, o horário eleitoral tem aumentado o número de indecisos. Os candidatos estejam, talvez, conseguindo desconstruir as candidaturas dos adversários mas não estão conseguindo construir suas próprias candidaturas. Ou talvez, os eleitores estejam se indagando sobre a viabilidade de cada candidatura e ainda não tenha se posicionado definitivamente.

Se eu fosse candidato a quaisquer destes cargos eu acordaria 1 hora mais cedo e dormiria 1 hora mais tarde todo dia para correr atrás de voto porque a disputa vai ser realmente dura.

Agora, por favor, candidatos, entendam que o eleitor quer propostas e não fantasias. Pensem nisso.

01 setembro 2010

Lula é pior que Mick Jagger!

Recebi esse vídeo do meu irmão Elber pelo twitter (@elbermcp).

Quem acha que o Mick Jagger é azarado, vai rever seus conceitos depois ver o vídeo.

Sabe o que é pior? O Lula está torcendo pelo Brasil…