08 julho 2011

Meu pai tinha razão

Uma de minha lembranças de criança/adolescente é meu pai assistindo aos telejornais e reclamando das notícias. Reclamava, principalmente, dos escândalos de corrupção e das negligências do poder público. Achava aquelas reclamações chatas e me incomodava a rabugice do “meu velho”. Afinal, o que tinha de tão grave naquilo tudo? Que ingênuo que eu era…

O tempo passou. Hoje pago impostos, trabalho, sou casado, tenho filho, quero ter mais filhos e continuarei pagando meus impostos. Agora entendo perfeitamente as reclamações de meu pai. Na verdade, desde que saí de casa, aos 16 anos, para estudar em outra cidade, vi como nossa vida é influenciada pelas decisões tomadas pelos gestores públicos e como a incompetência destes pode prejudicar muito nossa vida.

Por isso tudo, estou passando por um momento de certa descrença. Tenho me questionado se um dia poderemos nos orgulhar de viver no Brasil, por motivos além de nossas belezas naturais e de nosso povo hospitaleiro. Onde vão parar nossos impostos? Segundo texto do Blog “Esculacho e Simpatia”, relatório da Anistia Internacional aponta que 62 BILHÕES de reais são desviados dos cofres públicos por corrupção. 62 B-I-L-H-Õ-E-S! Aí você anda pelo país e vê tanta gente morando (ou seria melhor dizer “sobrevivendo”) em palafitas. E os hospitais? Quantos podemos dizer que são de qualidade e acessíveis a população em geral? Nossos alunos estão aprendendo nas escolas? E o saneamento básico? Nem o básico nos temos!

62 bilhões…

Enquanto isso, os deputados estaduais no Amapá aumentam a verba de gabinete em 100%. O Amapá foi violentamente ROUBADO por quadrilhas de colarinho branco cujos membros (por incrível que pareça!?) estão soltos e, pior, ocupam papeis de destaque na política tucuju. O Ministério do Transporte é tomado de assalto por uma quadrilha (mais uma!). O Palocci enriquece às custas de superconsultorias muito mal explicadas.

62 bilhões…

Nessa conta dos 62 bilhões estão apenas os desvios com corrupção. E os desperdícios? Alguém me explica porque, por exemplo, juiz, desembargador, deputado e senador têm que receber auxílio-moradia, auxílio-fardamento, auxílio-refeição, auxílio-saúde, auxílio-escambau e auxílio-etc. Por que todos nós que trabalhamos e, na grande maioria, temos salários mais baixos que essas “ilustres” figuras pagamos nosso combustível, nosso plano de saúde, compramos nossas roupas e alimentos com o dinheiro de nossos vencimentos? Não acho errado que eles ganhem o salário que ganhem. É justo. Mas os “anexos” são totalmente dispensáveis. Na verdade, chegam a ser imorais.

Vendo tudo isso, hoje tenho certeza: Meu pai tinha razão.

07 julho 2011

Rapidinhas

Alguém me explica porque nos vôos da madrugada, quando maioria dos passageiros estão tentando dormir, os pilotos adoram ficar falando ao microfone dando informações completamente inúteis? Afinal que diferença faz se em Belém está 30°C ou 32°C? Deviam ensinar isso nas escolas de pilotagem.
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Quem se manifestará contra o aumento escandaloso da verba de gabinete da Assembléia Legislativa?
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O PR quer alguém mais político para assumir vaga deixada por Alfredo Nascimento. O interino é considerado "competente, sério, probo e reto" pelo líder do partido mas não deve ser o indicado. Por quê? O que significa ser "mais político"? Para mim, nesse caso, significa que o PR quer alguém que continue o esquema de propinas estabelecido no Ministério dos Transporte.
Quando esse Brasil será um país sério?

05 julho 2011

Tem gente que morre lentamente

"Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante."

*Texto extraído do Blog do Marcelo Cherto