07 novembro 2010

Eu chorei

senna

Há pouco estava assistindo o Fantástico junto com meu sobrinho de 7 anos enquanto minha esposa dava banho no nosso filho. Passava uma reportagem sobre Airton Senna.

A reportagem mostrou cenas inéditas de Senna e algumas já famosas, como sua primeira vitória no Brasil em 1991, quando ganhou com apenas a 6ª marcha e quase lhe faltou forças para erguer o troféu. O texto e a narração do reporter Pedro Bassan associados as imagens deste meu ídolo me levaram às lágrimas. Meu sobrinho, Marcos, me olhou e riu. Correu até o banheiro onde minha esposa estava:

- Tia Nália, o tio Eldo está chorando por causa do Senna.

Nália, conhecendo o marido que tem, dá um sorriso e não diz nada.

Eu chorei, mesmo. Pela manhã, já havia ensaiado o choro quando vi uma entrevista inédita do Senna que o Esporte Espetacular mostrou, 10 dias antes de sua morte. Mas depois dessa do Fantástico, não aguentei. Chorei.

Gosto muito de esporte, quem me conhece sabe. Sou daqueles que lembra de detalhes, datas e personagens. E poucas coisas me emocionam tanto quanto o esporte. E o que me leva ao choro são as coisas boas. Chorei com a 1ª vitória do Rubinho. Chorei com o tetra, com o penta da Seleção Brasileira. Chorei com o penta e o hexa do Flamengo. Chorei com o ouro do César Cielo nas Olimpíadas. A derrota, não me arranca lágrimas. Não tem graça. O esporte é bonito pela superação. Pela prevalência do melhor, do mais preparado, do mais forte e mais treinado. 

Ver as imagens do Senna me fez lembrar o sentimento que tive quando ele morreu. Demorei a acreditar que aquilo tinha acontecido. Não chorei sua morte. Só me entristeci. Mas durante praticamente um ano, tinha a sensação que ele ainda ia correr, que ainda estava presente na Fórmula 1.

Aproveitei o momento e contei para meu sobrinho quem foi ele. Apesar de ter só 7 anos, ele é vidrado em automobilismo e sempre que pode assiste todas as corridas, como eu. Apesar de não ter visto, ele sabe quem foi o Senna. Mas não tem idéia da dimensão que o Senna teve na geração que o viu correr. Acho que esse filme estréia dia 12 de novembro, eu vou assistir com ele. Mas é bom que eu leve um lenço. Com certeza, vou precisar.

6 comentários:

Anônimo disse...

"...apesar de não ter visto, ele sabe quem foi o Senna. Mas não tem idéia da dimensão que o Senna teve na geração que o viu correr."

Engraçado quando li isso, pois entendi o que eu não entendo quando os mais velhos falam do Pelé, por exemplo (apesar de termos imagens e a figura dele vivíssima). Entendi o quando perdemos por não ter como dimensionar o valor que os pretéritos, sim, podem atestar pelo fato de terem vivido aquilo com toda a atmosfera. Enfim, bacana!! Valeu Eldo!

Fernando Bernardo

Unknown disse...
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Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Muito lindo o texto .
Assisti e foi emocionante mesmo professor.

Bom ,assistia com a filha da emprega que mora comigo no meu apartamento , ela falou : "Nem sei quem é esse cara." Nossa !culpa muitas vezes nossa que esquecemos de valorizar verdadeiros idolos e herois brasileiros .

Parabens pelo blog e posts muito bem formulados

Ivan Daniel disse...

Não assisti à matéria do Fantástico, mas a leitura do teu texto me fez arrepiar. Senna é eterno!

___________________________________________________________________________________________ disse...

Eu assisti ontem o documentario que saiu o ano passado, e novamente chorei, e muito e com minha esposa do lado se segurando para não chorar.. mas como vc disse, só que acompanhou ele tem a dimensão do heroi que ele significou para nós. Acordar de madrugada para ver o cara vencendo na raça e no talento, brigando sempre para ser o melhor, Inesquecivel, incomparavel.. simply the best!!

fabber