19 agosto 2010

Minha primeira eleição

Dos 4 aos 10 anos, estudei no SESI aqui de Macapá. Vivi ótimos e inesquecíveis momentos naquela escola. Até hoje, tenho grandes amigos dessa época. Mas bom, o assunto é eleição, e lá aprendi uma lição muito importante sobre isso.

Quando tinha 9 anos, concorri como candidato a presidente do “Clube de Leitura Monteiro Lobato” do SESI. Era um clube que estimulava a leitura dos alunos da escola. Bom, como o pleito estava muito disputado, pedi pra minha mãe uma grana para comprar umas balas e ir nas turmas pedir o voto dos meus colegas.

Minha sábia mãe me falou (educou) algo do tipo:

- Meu filho, isso que você quer fazer está errado. Você tem que convencer seus colegas com suas propostas.

Fiz o que ela falou.

Resultado: perdi a eleição.

Duas ou três semanas depois, teve eleição para o “Centro Cívico Escolar” e como eu era um bom aluno, a diretora me colocou como presidente de uma das chapas. Desta vez, não segui os conselhos de minha mãe. Peguei uma graninha que tinha, comprei um saco de menta e fui distribuir nas salas, pedindo votos.

Logo que acabei, minha concorrente fez o mesmo que eu. Mas ao invés de mentas, ela distribuiu “Sonho de Valsa”.

Perdi, de novo!

É uma história até engraçada, mas que mostra que o “querer ganhar alguma vantagem” faz parte do DNA de nossa sociedade. Isso mudará quando “Donas Marias” (como minha mãe) forem maioria entre as mães desse país e ensinarem civilidade e ética dentro de casa e não esperar que a sociedade corrupta em que vivemos se encarregue disso. Quem sabe daqui a 1 ou 2 gerações?

5 comentários:

Hallelujah disse...

Caro Eldo,
Só teremos isso quando voltar OSPB e EMC repaginados, claro.

Eldo Santos disse...

Hallelujah, tens razão. Talvez isso faça uma grande diferença hoje em dia. Abraço.

Papo de homem disse...

Mas a D. MAria te educou para que não precisasse comprar votos ou vender o seu.
O melhor, te ensinou o que você pode ensinar a seus alunos.
Abraços

Ana Corrêa disse...

Conheci teu blog hoje, achei muito bom esse post, de fato, precisamos de muitas Marias como sua mãe, para desconstruirmos essa sociedade que acredita que "benefícios" pessoais fica acima do coletivo.

Eldo Santos disse...

Ana Corrêa, obrigado pela visita. Essa mudança, infelizmente, não se faz em uma geração. Essa semente tem que ser plantada hoje por nós, que temos consciência política, para que nossos filhos tenham uma mentalidade melhor que aquela de nossa geração.
Só não podemos desistir.